Jeff Halper
Um muro tão alto e mais largo que o de Berlim
Jeff Halper é um israelense igual a muitos outros espalhados pelo mundo, mas que, à diferença daqueles que pegam em armas contra palestinos, sempre à sombra de Washington, que não lhe nega cobertura (embora, às vezes, como agora com Barack Obama na presidência dos Estados Unidos, oposto a George W. Bush, ao menos aparentemente), Halper exsurge como ativista dos mais conceituados, respeitados e sensatos de que se tem notícia no fio de uma sangrenta queda de braços a que se assiste no Oriente Médio ao correr da História.
Candidato ao Prêmio Nobel da Paz desde o ano de 2006, diretor do Comitê Israelense contra a Demolição de Casas nos Territórios Palestinos Ocupados, Halper observa que Israel erigiu um “regime repressivo para negar permanentemente aos palestinos a autodeterminação, a cidadania, os direitos humanos e civis fundamentais”. Lembra terem sido construídos uns 250 assentamentos judeus e demolidas em torno de 24 mil casas palestinas, incorporando-se nesse cenário sombrio o bloqueio econômico e a construção de “um muro tão alto como o que havia em Berlim, e cinco vezes mais largo, a confinar a população palestina em 70 enclaves sem conexão entre si”.
- Como pode um país soberano viver nessas condições? É a pergunta que ele se faz. Os palestinos – acrescenta – têm sido definidos como um povo que não necessita de um Estado; que pode ser controlado para sempre.
Segundo Halper, Gaza foi “um exercício de guerra urbana: uma oportunidade para provar sobre o terreno as novas armas e as táticas de contrainsurgência em ambientes densamente povoados”.
Ainda pelas informações do ativista candidato ao Nobel da Paz, 60% das exportações israelenses são de material bélico ou artigos relacionados à Segurança, “mais uma demonstração de que os territórios palestinos ocupados se têm convertido em laboratório de provas do Exército de Israel”.
Halper não tergiversa em suas considerações; toca o mérito da questão com a destreza e consciência de um autêntico paladino da justiça. Sem meias palavras:”A lógica econômica e militar do capitalismo global impede uma solução pacífica para o conflito no Oriente Médio (...) Israel amealha réditos políticos e econômicos através das incursões israelenses na Palestina”, afirma Halper, que obteve a cidadania palestina após romper o bloqueio de Gaza, em agosto de 2008.
Israel, diz ele, dissimula a ocupação e retrata os palestinos como uma população que resiste a uma “adequada administração”: israelense. “Quando se sublevam contra a ocupação, como fizeram nas Intifadas, as operações militares israelenses são apresentadas sob o guarda-chuva da autodefesa”, diz o ativista e aspirante ao Nobel da Paz.
Não é de hoje que Tel-Aviv bombardeia alvos palestinos de tal modo a atingir instalações da ONU, acidentalmente - como procura justificar-se perante o mundo. Mas o facto é que o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, diante das evidências das ofensivas de dezembro de 2008 e janeiro de 2009, não teve dúvidas em responsabilizar Israel pelo sangue derramado na região, deixando um saldo de 1.400 mortos e 5 mil feridos.
Informe extraído de um sumário de extenso documento em mãos do secretário geral da ONU dá conta de que as bombas que alcançaram suas instalações destruíram escolas, uma clínica médica e a secretaria de uma agência em Gaza das Nações Unidas, supondo-se que os atiradores tenham usado, inclusive, “fósforo branco” que é condenado por convenção internacional.
Por tudo isso, a ONU exigiu de Israel a reparação dos danos que lhe causou e, bem assim, aos palestinos, tendo arbitrado uma indenização no valor de 7,8 milhões de euros, equivalente a 5 milhões de dólares.
Um muro tão alto e mais largo que o de Berlim
Jeff Halper é um israelense igual a muitos outros espalhados pelo mundo, mas que, à diferença daqueles que pegam em armas contra palestinos, sempre à sombra de Washington, que não lhe nega cobertura (embora, às vezes, como agora com Barack Obama na presidência dos Estados Unidos, oposto a George W. Bush, ao menos aparentemente), Halper exsurge como ativista dos mais conceituados, respeitados e sensatos de que se tem notícia no fio de uma sangrenta queda de braços a que se assiste no Oriente Médio ao correr da História.
Candidato ao Prêmio Nobel da Paz desde o ano de 2006, diretor do Comitê Israelense contra a Demolição de Casas nos Territórios Palestinos Ocupados, Halper observa que Israel erigiu um “regime repressivo para negar permanentemente aos palestinos a autodeterminação, a cidadania, os direitos humanos e civis fundamentais”. Lembra terem sido construídos uns 250 assentamentos judeus e demolidas em torno de 24 mil casas palestinas, incorporando-se nesse cenário sombrio o bloqueio econômico e a construção de “um muro tão alto como o que havia em Berlim, e cinco vezes mais largo, a confinar a população palestina em 70 enclaves sem conexão entre si”.
- Como pode um país soberano viver nessas condições? É a pergunta que ele se faz. Os palestinos – acrescenta – têm sido definidos como um povo que não necessita de um Estado; que pode ser controlado para sempre.
Segundo Halper, Gaza foi “um exercício de guerra urbana: uma oportunidade para provar sobre o terreno as novas armas e as táticas de contrainsurgência em ambientes densamente povoados”.
Ainda pelas informações do ativista candidato ao Nobel da Paz, 60% das exportações israelenses são de material bélico ou artigos relacionados à Segurança, “mais uma demonstração de que os territórios palestinos ocupados se têm convertido em laboratório de provas do Exército de Israel”.
Halper não tergiversa em suas considerações; toca o mérito da questão com a destreza e consciência de um autêntico paladino da justiça. Sem meias palavras:”A lógica econômica e militar do capitalismo global impede uma solução pacífica para o conflito no Oriente Médio (...) Israel amealha réditos políticos e econômicos através das incursões israelenses na Palestina”, afirma Halper, que obteve a cidadania palestina após romper o bloqueio de Gaza, em agosto de 2008.
Israel, diz ele, dissimula a ocupação e retrata os palestinos como uma população que resiste a uma “adequada administração”: israelense. “Quando se sublevam contra a ocupação, como fizeram nas Intifadas, as operações militares israelenses são apresentadas sob o guarda-chuva da autodefesa”, diz o ativista e aspirante ao Nobel da Paz.
Não é de hoje que Tel-Aviv bombardeia alvos palestinos de tal modo a atingir instalações da ONU, acidentalmente - como procura justificar-se perante o mundo. Mas o facto é que o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, diante das evidências das ofensivas de dezembro de 2008 e janeiro de 2009, não teve dúvidas em responsabilizar Israel pelo sangue derramado na região, deixando um saldo de 1.400 mortos e 5 mil feridos.
Informe extraído de um sumário de extenso documento em mãos do secretário geral da ONU dá conta de que as bombas que alcançaram suas instalações destruíram escolas, uma clínica médica e a secretaria de uma agência em Gaza das Nações Unidas, supondo-se que os atiradores tenham usado, inclusive, “fósforo branco” que é condenado por convenção internacional.
Por tudo isso, a ONU exigiu de Israel a reparação dos danos que lhe causou e, bem assim, aos palestinos, tendo arbitrado uma indenização no valor de 7,8 milhões de euros, equivalente a 5 milhões de dólares.
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