sexta-feira, 28 de novembro de 2008

He resucitado muchas veces

Vitoriosa a revolução, Castro entra em Havana




"He resucitado muchas veces"


Notícias como a de que os Estados Unidos conceberam mais um plano de “democratização de Cuba” -- leia-se: invasão de Cuba -- dessa vez com a intenção de pô-lo em prática após a morte de Fidel Castro já não são mais novidade, tantas foram as tentativas, em várias ocasiões, de eliminá-lo; que o diga a CIA. E pelos cálculos de Washington, Castro, que fará 80 anos no próximo 13 de agosto, não deverá durar mais muito tempo. Não há , é voz corrente, quem fique para semente.
Tem-se, no entanto, a impressão de que Cuba desmente o axioma, posto que já décadas atrás se tinha conhecimento da existência de pelo menos cinco pessoas devidamente preparadas, cinco sementes deixadas em vida, para suceder a Castro através de escolha provavelmente pelo sistema de colégio eleitoral.
Mas o presidente cubano, ao discursar como convidado especial na XXX Cúpula do Mercosul, na cidade argentina de Córdoba, quando Néstor KIrchner transmitiu a presidência temporária do bloco regional ao seu colega brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu mais uma vez aos rumores que vez e outra correm o mundo de que estaria às portas da morte ou até mesmo de que já teria batido as botas, com poucas e boas palavras:
“Yo me muero casi todos los días, pero eso me divierte mucho, realmente, y me hace sentir más saludable; he resucitado muchas veces”.
Por sua vez, o presidente Kirchner inaugurou a XXX Cúpula do Mercosul enfatizando que a integração latino-americana deve ter “a solidariedade como bandeira”. E Castro, em seu pronunciamento de 40 minutos, destacou o apelo do presidente argentino aos sentimentos de solidariedade de cada nação do Continente Sul das Américas. Para que os países-membros do Mercosul em melhores condições econômicas que os demais não deixem de ajudá-los.
Castro deu de ombros ao plano dos Estados Unidos de infiltrarem-se em Cuba para derrubar a Revolução de 1959.
O anúncio da “democratização de Cuba” foi feito há dias, 10 de julho, por Condoleezza Rice, a secretária de Estado do presidente George W. Bush, cognominada princesa guerreira. Acredita-se que o plano, com um investimento inicial previsto de US$ 80 milhões, tenha saltado da cabeça da secretária, que depois de submetê-lo ao presidente e de tramitar por outras pastas e o serviço de inteligência, o passou à mídia com a denominação de Contrato com o povo de Cuba.
Lê-se na edição de 11 de julho do Globo que ”a maior parte dos recursos para acelerar o processo de democratização da ilha vai para a produção de projetos educativos, noticiários, programas de TV e de rádio, e de tecnologia para a difusão das informações em território cubano”. E mais: “Washington já divulgou anteriormente (!) que estuda sobrevoar a ilha com aviões militares adaptados, que teriam como objetivo transmitir sinais de rádio e TV”.

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