domingo, 30 de novembro de 2008

Ninguém mexe


O primeiro a depor no inquérito sobre a denúncia de compra de votos parlamentares, em 1997, para a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso será o deputado Ronivon Santiago (PP-AC), informa a Agência Câmara de Notícias, acrescentando que ele o fará provavelmente semana que vem. Essa agência promoveu há dias uma sabatina, on line, de internautas com o deputado Paulo Baltazar, vice-presidente da CPI que investiga dinheiro de caixa 2 no governo do PT. E veio à tona, entre outros deslizes do governo do PSDB, o caso do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que teria recebido do empresário Marcos Valério, em 1998, dinheiro de caixa 2 para sua campanha ao governo mineiro. Faltaram perguntas de fundo de baú, relacionadas, por exemplo, ao fato de FHC ter vetado a criação de uma CPI com a finalidade de averiguar favorecimentos apontados na condução do projeto do Sivam, o de instalação de radares na Amazônia, e à privatização da Companhia Vale do Rio Doce, criada por Getúlio Vargas, mais a quebra do monopólio estatal do petróleo e a entrega de empresas nacionais ao capital transnacional. Na direção de algo ditado do Consenso de Washington com o nome de “Estado mínimo”. O presidente Cardoso, na ânsia de não deixar pedra sobre pedra do rico legado de Vargas, fez, ainda, várias tentativas para acabar com as Leis Trabalhistas. E a respeito de tudo o que fez não vacilou em considerá-lo coisas do passado, significando que tudo aquilo – compra de votos, mensalão e afins de sua era - já pertencia à História. Ninguém mexe.

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